Estamos cansados de ver presidente de central apenas pela TV. Antonio Neto está aqui conosco”, afirma dirigente
A CSB realizou, no dia 23 de maio, mais uma Reunião Plenária no nordeste, desta vez na Paraíba. O evento, realizado em Itaporanga, no Vale do Piancó, faz parte da caminhada que a Central faz pelo interior do Brasil e teve como objetivo apresentar a CSB, aproximar a Entidade dos sindicatos da região, fortalecer as parcerias, consolidar filiações, conhecer as principais reivindicações de dirigentes e trabalhadores, além de discutir os principais assuntos do cenário político trabalhista, como as Medidas Provisórias 664 e 665. Representantes dos agricultores familiares, trabalhadores rurais, frentistas, têxteis, taxistas, ambulantes, mototaxistas, servidores públicos, entre outras categorias, participaram da reunião e firmaram compromisso com a Central na luta pela classe trabalhadora.
“Vou me filiar à CSB não só pela sua luta, por suas propostas, mas principalmente pela atenção que ela dá aos sindicatos. Estamos cansados de ver presidente de central apenas pela TV. Antonio Neto está aqui conosco em Itaporanga”, disse Wedson Ferreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Conceição da Paraíba.
A Plenária foi transmitida pela Rádio Boa Nova, de Itaporanga, e teve grande repercussão local, já que é a primeira vez que um presidente de central visitou aquela região.
Luta dos trabalhadores
Para José Soares Filho (Dedé de Santana), presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santana dos Garrotes, a CSB é a única central que tem lutado pela os trabalhadores e pelo fortalecimento dos sindicatos. “Nós da Paraíba estamos com o sentimento de tristeza com o posicionamento do governo em retirar direitos trabalhistas. Estamos confiante de que a luta da CSB contra o corte de direitos não será em vão”, disse Dedé.
“O objetivo da CSB é fortalecer os trabalhadores e a organização sindical. Somos apatidários e temos um único lado, o do trabalhador. Pensamos no Brasil e queremos o desenvolvimento nacional”, afirmou o presidente Antonio Neto. “Na nossa viagem ao Vale Piancó, pudemos ver das obras da transposição do rio São Francisco. Todo brasileiro deveria conhecer esta obra que está mudando a face do sertão brasileiro. Emoção e orgulho ao ver este trecho da obra na fronteira do Ceará com a Paraíba”, completou sobre as iniciativas que visam melhorar a vida da população. Para Neto, o papel do dirigente sindical é ir onde o trabalhador está, principalmente nas regiões mais longínquas do País, onde é possível ver e ouvir a realidade do povo.
Neto também falou sobre o corte de verba no projeto Minha Casa, Minha Vida Rural, que beneficia centenas de trabalhadores na região do Cariri, no Ceará. “Quando o governo diz que os cortes orçamentários não atingirão os benefícios sociais é mentira. Porque, quando há um corte como este, os programas sociais são afetados. Existem maneiras mais justas de economizar. Não precisa minar os programas, muito menos os princípios que sustentam este governo. Podem tributar as grandes fortunas, controlar o envio a remessa de lucros das multinacionais. Nós temos soluções, basta o governo dialogar”, argumentou Antonio Neto.
Homenagem
O evento também homenageou Antonio Porcino, fundador da Federação Nacional dos Frentistas, que faleceu em 2013. Natural de Itaporanga, Porcino foi prefeito do município entre os anos de 2005 e 2008 pelo PMDB. O encontro contou com a participação de Luiz Arraes, presidente da Federação dos Frentistas de São Paulo.
“Porcino foi uma figura importante para o fortalecimento do movimento sindical na Paraíba, em especial, para a organização da categoria dos frentistas. Hoje, se a categoria é unida e tem conquistado direitos e representatividade juntos aos órgãos públicos, é porque Antonio Porcino lutou e abriu caminho para os trabalhadores”, disse Neto.
Para o irmão do sindicalista homenageado, Neto Porcino, a homenagem da Central é uma honra para o nome da família. “Essa é uma entidade plural que não é capacho de partidos. Somos independentes e temos bravura na nossa luta. A CSB vai ser a maior Central da Paraíba. E nós lutaremos para o fortalecimento dela”, disse.
Medidas Provisórias
Durante a Plenária, Antonio Neto convocou os dirigentes sindicais para as atividades e mobilizações que pretendem manter o protagonismo da classe trabalhadora no Brasil. Nas intervenções, os sindicalistas apontaram para os temas principais, como a luta contra as MPs 664 e 665, que restringem o acesso a direitos trabalhistas e sociais, como seguro-desemprego, abono salarial, seguro-defeso e pensão por morte e foram criadas pelo governo para economizar R$ 18 bilhões do Orçamento.
“O governo precisa economizar e acertar o déficit orçamentário, mas não serão os trabalhadores que pagarão essa conta. Não precisariam acertar o orçamento por meio da criação do fator previdenciário para as viúvas, da terceirização, da perícia médica, do aumento da criminalidade entre os jovens, que não mais terão o seguro-desemprego, do desamparo aos pescadores, dos trabalhadores rurais, dos pobres deste país”, criticou Antonio Neto.
Neto reiterou as graves consequências que a Medidas trarão ao povo brasileiro. “Isso vai atacar todo mundo, aqueles que mais precisam. A juventude no seu primeiro emprego, os trabalhadores da construção civil, comércio. Disseram que é para combater fraudes, desvios, quando, na verdade, não é nada disso. É para fazer caixa, superávit e um ajuste fiscal nas costas do trabalhador. Nós não vamos permitir”, declarou. O presidente ressaltou ainda que se o governo quer fazer ajuste fiscal, este deve ser feito com os ricos, os bancos e os chamamos “capitais da indústria”. “O senhor ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está trabalhando e atendendo às exigências do mercado financeiro estrangeiro. Ele está indo contra o projeto de combate à miséria pelo qual lutamos e defendemos. Temos que ser fortes e continuar a lutar”, finalizou o presidente da CSB.