29/08/2025 9h13

SUEESSOR CONQUISTA GANHOS PARCIAIS PARA TRABALHADORES DA DASA EM AUDIÊNCIA, MAS MANTÊM ESTADO DE GREVE EM DEFESA DE PISOS SALARIAIS JUSTOS

Após intensa audiência realizada na noite de ontem (26) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), os trabalhadores da Diagnóstico da América S.A. (DASA) aprovaram hoje (27), em assembleia, uma proposta parcial e provisória, sugerida pelo desembargador Francisco Ferreira Jorge Neto, entretanto decidiram manter o Estado de Greve até que sejam garantidos pisos salariais justos e em conformidade com a lei.

A audiência foi convocada a partir de uma ação de dissídio de greve ajuizada pela DASA. O Sindicato Único dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Osasco e Região (SUEESSOR) esteve representado pelo presidente Antonio Gervásio Rodrigues, o vice-presidente Juarez Henrique de Paulo, o primeiro-secretário Amilton A. de Moura Rodrigues, os diretores Geni dos Santos Nascimento e Rogério Nunes Mendes, além dos advogados Dra. Lilian Bisaro e Dr. Flávio Oliveira Bezerra. Durante a sessão, a entidade reiterou as reivindicações da categoria.

Durante os debates, a empresa voltou a apresentar a proposta de reajuste salarial de 5,32% a partir de maio, com pagamento retroativo até agosto em forma de abono, e não como recomposição efetiva dos salários. O Sindicato rejeitou o modelo, ressaltando que a data-base de maio possui força normativa, o que exige que o reajuste incida diretamente sobre salários, férias, FGTS e demais direitos trabalhistas, não podendo ser caracterizado como um benefício provisório sob o título de abono.

 

O principal ponto de divergência segue sendo a definição dos pisos salariais. A proposta da DASA fixava o valor de R$ 1.582,00 para empregados com jornada de 220 horas mensais, chegando a R$ 1.804,00 somente em janeiro de 2026, excluindo a maior parte dos trabalhadores que atuam em regime de 180 horas (6×1). Para o Sindicato, essa política reforça a desvalorização da categoria e ignora a urgência de pisos salariais mais justos, que deveriam, no mínimo, se equiparar ao salário mínimo estadual.

O SUEESSOR ressaltou o disposto na Lei Estadual nº 18.153/2025, que assegura que nenhum trabalhador pode receber valor inferior ao salário mínimo nacional. Além disso, destacou a necessidade de cumprimento da Lei Federal nº 14.434/2022, que institui o piso da enfermagem e que, até o momento, não vem sendo aplicada pela empresa.

Como justificativa para a proposta limitada, a DASA alegou ter registrado prejuízo em 2024 e afirmou estar baseada nos valores do acordo coletivo anterior, sobre os quais aplicaria o reajuste. O Sindicato contestou o argumento, ressaltando que a vigência do acordo já foi encerrada.

Diante do impasse, o desembargador avaliou que havia possibilidade de resolver parcialmente a demanda e propôs um consenso provisório, equivalente a uma cláusula de paz, a fim de evitar a paralisação dos serviços aprovada em assembleia anterior, realizada no dia 22 de agosto, para início na manhã desta terça-feira (27). A proposta apresentada prevê a manutenção do acordo coletivo 2024/2025, com todas as cláusulas econômicas e sociais, além da aplicação de um reajuste de 5,32% sobre os salários vigentes em 30/04/2025. As diferenças salariais devidas desde 1º de maio deverão ser quitadas integralmente, sem parcelamento, juntamente com o pagamento do salário de setembro de 2025.

A discussão sobre os pisos salariais, especialmente para os trabalhadores que cumprem jornada de 180 horas, não chegou a um consenso. Ficou definido que a empresa apresentará novas propostas, observando a aplicação da Lei dos Pisos da Enfermagem e considerando a possibilidade de pisos intermediários mais justos para o pessoal de apoio, administração e demais funções. Uma nova audiência já foi agendada para as 16H00, do dia 2 de setembro de 2025, com o objetivo de analisar as propostas e buscar conciliação entre as partes.

Na manhã de hoje (27), em assembleia realizada em frente à sede administrativa da DASA, no Laboratório Delboni Auriemo, em Barueri, os trabalhadores aprovaram a proposta provisória, mas reafirmaram a manutenção do Estado de Greve até que haja solução definitiva para os pisos.

“A greve não acabou. Continuamos na luta pelo objetivo maior: garantir dignidade e salários justos”, declarou o vice-presidente do Sindicato, Juarez Henrique de Paulo.

Já o primeiro secretário, Amilton A. de Moura Rodrigues, enviou um recado direto à empresa, diante da presença do advogado da DASA na assembleia: “Como podem ver, é a vontade do trabalhador sim! As assembleias estão sendo realizadas e nós, pelo respeito que temos pela categoria, vamos continuar nessa briga”.

As assembleias desta terça-feira foram conduzidas pelo vice-presidente Juarez Henrique de Paulo, com o apoio do primeiro-secretário Amilton A. de Moura Rodrigues, dos diretores Ailton Mercês, Amélia Pereira Matos, Edinaldo Batista, Geni dos Santos Nascimento, Luciana Pereira Santos e Rogério Nunes Mendes, além dos advogados Dra. Lilian Bisaro e Dr. Flávio Oliveira Bezerra, e da assessora de sindicalização Maria Cristina Porto.

A nova rodada de negociações no TRT será decisiva para avançar na regularização dos pisos salariais, incluindo o da enfermagem, e garantir que nenhum trabalhador da saúde receba valor inferior ao mínimo. Diante disso, o SUEESSOR solicitou o apoio dos trabalhadores para a audiência do dia 2 de setembro, oferecendo suporte com transporte e alimentação. O Sindicato também reforçou a importância da criação de uma comissão de trabalhadores para auxiliar nas negociações, com o objetivo de apresentar a realidade da categoria e assegurar um resultado efetivo e satisfatório.

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