23/03/2017 13h46

Quando o assunto é Saúde

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O SUEESSOR, representado por sua dirigente, Liberaci Oliveira Souza, também marcou presença na primeira etapa macroregional da conferência de saúde das mulheres, ocorrida nos dias 07 e 08 de março no Centro Formador de Pessoal para Área da Saúde de Osasco – CEFOR.

Sob o tema “Saúde das Mulheres: Desafios para Integralidade com Equidade” a conferência tem como objetivo central, discutir as propostas dos municípios e Estados para que estas sejam filtradas e encaminhadas a Conferência Nacional de Brasília, para criação de políticas públicas voltadas às mulheres.

Durante a conferência foram eleitas delegadas de diversas instituições, dentre elas, a representante do SUEESSOR. Estas terão de tratar dentro de eixos pré-estabelecidos pela organização, quanto à criação de alternativas que viabilizem as propostas homologadas e aprovadas.  O eixo escolhido para o SUEESSOR é “O mundo do trabalho e suas consequências na vida e na saúde das mulheres”.

“Estamos em uma sociedade onde existe uma divisão de gêneros no mundo trabalho,  onde  nós mulheres trabalhamos com jornadas muito mais extensas, ganhamos menos e dificilmente ocupamos cargos de liderança. Não podemos esquecer de que as mulheres também movimentam a economia do nosso país e não estabelecer políticas públicas que resultem em qualidade de trabalho e de vida a elas, é de fato, desrespeitar nossa constituição, esquecer  e retroceder as árduas lutas de muitas de nossas mulheres por este país”, declarou a dirigente Liberaci de Oliveira Souza.

A conferência continua e seguirá por mais 15 etapas até a nacional (com datas e locais a serem confirmados).

Conheça as propostas aprovadas:


No Eixo I – O papel do Estado no desenvolvimento socioeconômico e ambiental:

1ª proposta: Alterar a lei de laqueadura no âmbito federal desburocratizando o acesso a tal procedimento de maneira a qual a mulher não necessite de documento de autorização de seu companheiro e de certidão de nascimento dos filhos.

2ª proposta: Sensibilizar e qualificar trabalhadores e prestadores de serviços de saúde, de forma contínua, permanente, progressiva e assistida, para um atendimento acolhedor, humanitário, humanizado e sem discriminação de qualquer natureza às mulheres.

3ª proposta: Exigir das companhias de saneamento básico que conjuntamente com os municípios da região, fiscalizem e implementem 100% da coleta de esgoto, tanto industrial quanto residencial, aprimorando a qualidade da água, para que sejam retirados os hormônios e flúor em excesso, como forma de prevenir cânceres.

4ª proposta: Fomentar e fortalecer movimentos de participação popular no desenvolvimento da região, visando a sustentabilidade, fiscalização ao meio ambiente, causando assim menos impacto na saúde da mulher e da população em geral. Investimento em educação em saúde relacionada as arboviroses promovendo empoderamento e a necessidade da participação popular para criação dos planos.

5ª proposta: Criar mecanismos de incentivo para o cultivo dos alimentos orgânicos em nível nacional e estadual, incentivando a alimentação saudável, a prevenção de doenças e a promoção da saúde das mulheres e aumentar a fiscalização de empresas que ultrapassem o limite permitido de uso de agrotóxicos, que incidem no processo de adoecimento das mulheres trabalhadoras. E divulgar por meios de comunicação os perigos dos agrotóxicos e hormônios presentes no cotidiano que interferem na saúde da mulher.

No Eixo 2 – O mundo do trabalho e suas consequências na vida e na saúde das mulheres:

1ª proposta: Fortalecer a divulgação de políticas públicas para mulheres nas empresas públicas e privadas, priorizando a prevenção e promoção à saúde, incluindo nas SIPAT’S o tema violência contra as mulheres.

2ª proposta: Criar políticas públicas efetivas que agilizem o atendimento de mulheres com câncer em tratamento no deslocamento do transporte público, com criação de um sistema de transporte unificado para tratamento.

3ª proposta: Garantir o direito de acompanhar o seu filho em consultas e exames, assim como crianças com doenças que impeçam de frequentar a creche ou a escola. Dando assim o direito pleno da sua mãe ou responsável, de acompanha-lo e apresentar em seu trabalho, uma declaração de horas sem perdas salariais.

4ª proposta: Garantir as trabalhadoras do campo, acesso ao saneamento básico nas áreas rurais visando diminuição dos agravos da saúde , assim como acessos aos serviços de saúde e a equipamentos de proteção individual.

5ª Melhorar a qualificação das mulheres, através da ampliação de cursos profissionalizantes, aliados ao aumento da Vegas nas creches, tornando as aptas à ocupar vagas no mercado de trabalho e equiparar salários e cargos das mulheres em relação ao do homem.

 No Eixo 3 – Vulnerabilidade e Equidade na Vida e na Saúde das Mulheres:

1ª proposta: Assegurar acesso e cuidado de saúde às mulheres em situação de alta vulnerabilidade, inclusive em situação de rua, com ou sem necessidades e demandas relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas. Trabalhando para adequar processos de trabalho, fluxos, ações de formação e de educação permanente, com vistas a minimizar preconceitos e atos que resultem em violência institucional e comprometam a qualidade do cuidado, buscando fortalecer o acolhimento nos equipamentos de saúde, de acordo com os critérios de avaliação de gravidade, risco e vulnerabilidade.

2ª proposta: Garantir acesso e cuidado integral às mulheres com sofrimento mental grave e persistente em todos os equipamentos e programas de saúde da mulher. Inclusive garantindo acesso ao atendimento por ações de saúde, sensibilizando as equipes multiprofissionais para minimizar consumo prolongado de substancias psicoativas.

3ª proposta: Implantar a política de envelhecimento saudável de forma integral, com ênfase nas ações de promoção e prevenção iniciando as orientações às mulheres nos diferentes ciclos de vida, e constituição de linha de cuidado em Rede que possa impactar, por exemplo, na redução de internação por fratura de fêmur, no cuidado no climatério, etc.

4ª proposta: Promover a saúde e garantir o atendimento, considerando os princípios da universalidade, equidade, integralidade, participação social, regionalização, descentralização, e hierarquização. Considerando a integração entre ações promocionais preventivas e curativas no que diz respeito à possibilidade de se estabelecer um perfil de oferta de ações e serviços do sistema que contemple as varias alternativas de intervenção sobre os problemas de saúde em vários planos de sua “história (natural) social” abarcando intervenções sobre  condições de vida, riscos e danos à saúde.

5ª proposta: A criação de um polo local de empreendimentos solidários para geração de renda para mulheres em alta vulnerabilidade.

No Eixo 4 – Políticas públicas para mulheres e participação social:

1ª proposta: Realizar anualmente através de PAREPS, um fórum regional de discussão sobre saúde da mulher e participação popular, com ênfase nas diversas doenças que acometem as mulheres e suas especificidades, considerando raça, cor, etnia e gênero.

2ª proposta: Reavaliar, ampliar e intensificar as políticas e ações de planejamento familiar, prevenção de gravidez não intencional, doenças sexualmente transmissíveis, uso de drogas lícitas e ilícitas entre jovens e mulheres em situação de vulnerabilidade, qualificação dos profissionais da saúde para o diagnóstico e atendimento humanizado de doenças raras / hemofolia, anemia falciforme, doenças endêmicas e endometriose, entre outras somando parcerias intersetoriais.

3ª proposta: Criar Hospital voltado à saúde integral da mulher em nível estadual, regional e municipal.

4ª proposta: Criar mecanismo de inserção para mulheres que saírem do sistema prisional, assim como adolescentes, com a finalidade de garantir a educação, trabalho e programas de saúde.

5ª proposta: Criar lei estadual que penalize os profissionais que não respeitam a fragilidade da mulher no momento do parto.

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