27/10/2025 18h30

COMBATE AO ASSÉDIO E À DISCRIMINAÇÃO NO TRABALHO DA MULHER GANHAM FORÇA NAS CIPAS DO SUEESSOR

O combate ao assédio e à discriminação com ênfase especial nas mulheres trabalhadoras da saúde é um tema que mobiliza fortemente o Sindicato Único dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Osasco e Região (SUEESSOR). A entidade reforça a relevância das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Assédio (CIPAs) como espaços estratégicos de diálogo, proteção e prevenção de desigualdades na categoria.

Nos últimos anos, o SUEESSOR intensificou sua atuação em todo o processo eleitoral das CIPAs nas empresas de sua base territorial. O objetivo central é enfrentar diretamente as demandas do cotidiano dos trabalhadores, promovendo condições de trabalho mais seguras, saudáveis e dignas.

Para operacionalizar esse esforço, o Sindicato conta com uma equipe especializada, coordenada pelo diretor Rogério Nunes Mendes, com o apoio dos diretores Edinaldo Alves Batista e Geni dos Santos Nascimento. Entre as atribuições desse grupo estão: recebimento e análise das documentações eleitorais, verificação do cumprimento da legislação vigente, orientação para ajustes quando necessário, fiscalização do processo eleitoral e monitoramento da atuação das comissões ao longo da gestão.

Na semana passada, a equipe da CIPA do SUEESSOR esteve no Hospital Geral de Carapicuíba (HGC) e no Hospital Nova Vida, em Itapevi, prestando suporte direto ao processo eleitoral e à orientação das comissões locais.

Segundo Rogério Nunes Mendes, a presença ativa do Sindicato nas CIPAs não pode ser vista como formalidade vazia. Ele chama atenção para o crescente número de denúncias de trabalhadores sobre condições inadequadas de trabalho, casos de assédio e discriminação, problemas que afetam com mais frequência as mulheres, que compõem a maioria da base representada pelo SUEESSOR.

“É essencial abordar as condutas abusivas de superiores e até de pacientes, que muitas vezes ferem verbal e emocionalmente os profissionais, principalmente em recepções e enfermagem”, afirma Rogério.

Um dado alarmante reforça o alerta: levantamento da plataforma Medscape, conduzido entre 11 de junho e 7 de setembro de 2024, ouviu 885 profissionais de saúde no Brasil, incluindo enfermagem. Dos entrevistados, 57% eram homens e 43% mulheres. A pesquisa revelou que 78% das vítimas de assédio não denunciaram seus agressores, sendo que 54% afirmaram acreditar que “nenhuma providência seria tomada”.

Para Rogério, esse panorama reforça o papel central do Sindicato em estabelecer canais seguros de escuta e proteção:

“Esses números mostram a urgência de investir em canais de denúncia seguros , inclusive dentro do Sindicato, para acompanhar os casos e estimular a cultura de que denunciar é um ato de coragem e pode resultar em providências concretas. Precisamos romper com a ideia de que ‘nada será feito’”, ressalta.

O presidente do SUEESSOR, Antonio Gervásio Rodrigues, uma liderança pioneira nessa pauta, reforça que “o silêncio ainda é o fator mais agravante”. Ele defende que as CIPAs, empresas e trabalhadores precisam buscar a participação do Sindicato não apenas quando os problemas já eclodiram, mas também no momento preventivo, quando é possível agir antes que o dano se instale.

“O adoecimento do trabalhador começa no silêncio. O papel do Sindicato é estar presente antes que o dano aconteça, fortalecendo o diálogo, a escuta e o acolhimento para que ninguém adoeça ou perca a vida em consequência do assédio”, conclui Gervásio.

DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER

Além do assédio, a discriminação sob viés de gênero é uma realidade confirmada por levantamentos nacionais. Segundo pesquisa do Instituto Patrícia Galvão (publicada em 2023), cerca de 44% das mulheres no Brasil já relataram ter sofrido algum tipo de discriminação por gênero no trabalho, seja por menor remuneração, subestimação devido ao gênero, exclusão de decisões ou tratamento desigual em promoções. Essas formas de discriminação coexistem com o assédio e muitas vezes são invisíveis, reforçando a urgência de políticas de prevenção e fiscalização nas CIPAs.

COMO PARTICIPAR

Comissões, empresas e trabalhadores interessados na participação do SUEESSOR nas CIPAs ou que desejem orientação podem entrar em contato com o diretor Rogério Nunes Mendes pelo WhatsApp (11) 98337-3686 ou por e-mail: [email protected]

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