6/07/2015 9h37

Idosos: uma questão de política pública

População brasileira envelhece e visão de “obsolescência biologia” reforça preconceito e políticas públicas insipientes. É preciso construir uma qualidade de vida mais digna para o idoso.

Quando se é jovem, o tema do envelhecimento nunca preocupa. Afinal, esse amanhã parece que vai demorar uma “eternidade”. Porém, esses dias chegarão. E aí, o que acontecerá?

Assim como é importante imaginar nosso envelhecimento – que não significa “obsolescência biológica”, claro -, também é necessário lutar, desde já, por políticas públicas que propicie melhores condições de vida para os idosos, sejam os de hoje como os de amanhã.

População brasileira envelhece e visão de “obsolescência biologia” reforça preconceito e políticas públicas insipientes. É preciso construir uma qualidade de vida mais digna para o idoso.

População brasileira envelhece e visão de “obsolescência biologia” reforça preconceito e políticas públicas insipientes. É preciso construir uma qualidade de vida mais digna para o idoso.

Os dados indicam caminhos. Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, o número de crianças em nosso país vai diminuir e o de idosos aumentar. O número de pessoas no Brasil acima de 60 anos (definição de “idosos” dentro da pesquisa) continua crescendo: de 12,6% da população, em 2012, passou para 13% no ano passado. Já são 26,1 milhões de idosos no país. Ainda segundo a Pnad, o grupo de idosos de 60 anos ou mais será maior que o grupo de crianças com até 14 anos já em 2030 e, em 2055, a participação de idosos na população total será maior que a de crianças e jovens com até 29 anos. Ou seja, as projeções estatísticas apontam uma tendência de envelhecimento do país e o seguinte questionamento: como garantir que toda nossa população seja provida pelo Estado, garantindo saúde de qualidade e aposentadorias dignas?

É preciso começar essa construção, cobrar políticas públicas para a população idosa, planejar melhor os investimentos em saúde e medicina preventiva e, mais que isso, também combater os constantes equívocos que rodam o imaginário popular quando o assunto é o idoso. A visão de envelhecimento que nossa sociedade tem é de que os idosos são financiados pelos contribuintes ativos e que aposentadoria seria um período de descanso remunerado. Não, aposentadoria e qualidade de vida depois de anos de contribuição é mais que um direito, é um dever do Estado!

Esse tipo de pensamento reproduz estereótipos históricos em torno da inatividade e dependência, atribuída aos aposentados, bem como para a desqualificação, como cidadão, do idoso. Chegou a hora, portanto, de pensarmos no nosso amanhã. E isso passa por rediscutir as políticas e a visão em torno do envelhecimento.

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