16/04/2015 15h26

Artigo: DENGUE: De quem é a responsabilidade?

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Para se ter uma ideia da extensão do problema, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas são infectadas anualmente em mais de 100 países.

No Brasil, as condições socioambientais são favoráveis à expansão do mosquito Aedes aegypti e possibilitam a dispersão do vetor, principalmente pela urbanização acelerada e pelos novos hábitos da população.

Aumento no número de casos de dengue reflete a falta de políticas públicas e de Estado centralizadas no combate e controle de doenças parasitárias. É hora de mudança!

Aumento no número de casos de dengue reflete a falta de políticas públicas e de Estado centralizadas no combate e controle de doenças parasitárias. É hora de mudança!

No entanto, nesse último ano, houve um aumento considerável dos casos de dengue no país, que cresceu 162% neste ano em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde. Do início de janeiro até o dia 7 de março, o país registrou 224 mil casos de doença, contra 85 mil no mesmo período de 2014.

O aumento é ainda maior em São Paulo, estado que concentra 55% dos registros de dengue no país. Outro dado é que enquanto o Brasil teve redução de 32% no número de mortes causadas pela dengue, em São Paulo esse número cresceu: passou de nove (em 2014) para 35 neste ano.

A situação chegou em um nível tão alarmante que o ministro da Saúde, Arthur Chioro, veio a público, recentemente, explicar que a crise no abastecimento de água e o início da transmissão em cidades que não tinham registros anteriores da doença podem ter colaborado para o aumento no número de casos. Ou seja: essa crise levou muitas pessoas armazenarem água sem proteção, o que aumentou a infestação o mosquito.

Essa evolução nacional da dengue tem levado a uma reflexão dos pactos federativos do SUS para controlar a epidemia. Uma opinião comum de especialistas é que o Brasil andou na contramão da tendência mundial de recentralização da vigilância em saúde ao municipalizar as atividades operacionais nessa área. Assim, o combate ao mosquito se tornou tarefa do município. É necessário que estratégias de vigilância em saúde seja responsabilidade do Ministério da Saúde para formular políticas públicas e de Estado de nível nacional de controle de doença parasitária e erradicando esse surto de dengue.

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